O edifício-sede da Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra), no Setor de Indústria e Abastecimento, recebeu, na última sexta-feira, 14 de novembro, o evento de encerramento do ciclo 2025 do Programa Exporta DF. A iniciativa mobilizou, neste ano, empresários que estão à frente de micro e pequenas indústrias de alimentos, bebidas e beneficiamento de grãos do Distrito Federal, com o objetivo de prepará-los para ingressar no mercado internacional, por meio da oferta de capacitação e suporte.
Operado pela Fibra, o Exporta DF tem como parceiros a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a ApexBrasil, a Secretaria de Relações Internacionais do DF, o Sebrae no DF, o Banco de Brasília (BRB), a Universidade Católica de Brasília (UCB) e os Correios, além dos sindicatos que representam no DF os setores atendidos, como o Sindicato das Indústrias de Alimentação de Brasília (Siab) e Sindicato das Indústrias de Beneficiamento, Moagem, Torrefação e Fabricação de Produtos Alimentares de Origem Vegetal do DF (Sindigrãos/DF).
O Sebrae no Distrito Federal atuou como agente estratégico na qualificação dos empreendedores, fornecendo capacitação para que empresas iniciem ou ampliem suas exportações.
Lilian Rosa, analista de Assessoria de Políticas Públicas e Ecossistema de Negócios e gestora do projeto de internacionalização do Sebrae no DF, destacou que a trilha deste ano foi estruturada para oferecer uma jornada completa de desenvolvimento produtivo e acesso ao mercado internacional. “A primeira etapa concentrou-se em consultorias voltadas para a adequação dos processos produtivos, visando tornar a produção mais eficiente e com menor custo”, explicou.

“Em seguida, ocorreu a fase de capacitações técnicas, com o Sebrae contribuindo ao trazer um instrutor especializado para orientar sobre certificações, adequação de embalagem e requisitos internacionais”, acrescentou a gestora.
As ações do programa também incluíram uma imersão no Aeroporto Internacional de Brasília, onde os participantes puderam conhecer de perto a operação logística de cargas.
Outro momento importante mencionado por Lilian foi a apresentação da Câmara Árabe, que trouxe informações sobre a certificação Halal, essencial para empresas que desejam exportar alimentos para países da região árabe. A trilha teve como culminância uma rodada de negócios internacional, ação de acesso ao mercado organizada com o apoio da Fibra, que facilitou a negociação entre empreendedores locais e compradores de outros países.
Durante o evento de encerramento, o vice-diretor de Assuntos Institucionais e Governamentais da federação, Paulo Eduardo Montenegro de Ávila e Silva, destacou a importância do engajamento coletivo no processo de internacionalização e a relevância do Sistema S. “É importante que todos participem, porque o que será apresentado nesta tarde representa uma história que pode se repetir em diversos setores e se tornar realidade no Distrito Federal. Para nós, é extremamente significativo e gratificante poder contribuir com esse processo. Por isso, contamos com a parceria de todos, para que possamos, de fato, transformar a realidade das empresas”, afirmou.

Na sequência, a gerente do Centro Internacional de Negócios do DF (CIN/DF), Viviane Brunelly, destacou os resultados obtidos pelo programa, que contou com a participação de dezenove empresas. Dentre elas, sete são lideradas por mulheres e oito estão associadas a sindicatos.
Viviane destacou pontos importantes sobre a estrutura da iniciativa, ressaltando que o programa se organiza em três pilares principais, fundamentais para guiar as empresas no processo de exportação. O primeiro pilar foi dedicado ao conhecimento, etapa em que as empresas aprofundam sua compreensão sobre os aspectos cruciais do processo de exportação em seus respectivos setores. A fase abrangeu o entendimento do mercado, suas características específicas e requisitos, como certificações necessárias.
O segundo pilar focou na adequação dos produtos para exportação, garantindo que as empresas estejam devidamente preparadas para atender às demandas e exigências do mercado internacional. Por fim, o terceiro pilar concentrou-se na geração de negócios. “Dedicamos muito esforço a essa etapa e, como resultado, alcançamos 141 milhões em negócios realizados, com mais de 35 ações executadas somente nessa frente. Atualmente, temos 25 negócios em expectativa de venda e três exportações já concretizadas”, declarou ela.
Eduardo Medeiros, CEO da Essências Brasil, expressou sua satisfação em participar do ciclo 2025 do programa Exporta DF. Segundo ele, a experiência foi extremamente enriquecedora para a empresa. “Participar do Exporta DF neste ano foi uma experiência extremamente enriquecedora para a empresa. Ganhamos conhecimento, ampliamos nossa visão sobre o mercado internacional e participamos de rodadas de negócios, cursos e treinamentos que nos ajudaram a evoluir muito”, afirmou.
Ele ressaltou que o processo de exportação é contínuo e exige paciência, mas destacou os avanços obtidos nas negociações com importadores e as perspectivas promissoras geradas durante as reuniões. “Sabemos que a exportação é um processo contínuo, que não acontece do dia para a noite, mas estamos avançando em conversas com importadores e com boas perspectivas geradas nas reuniões”, explicou.
Eduardo também destacou o papel essencial do Sebrae e da Fibra em todas as etapas do programa, além de mencionar a participação em projetos da ApexBrasil e do CNA. Ele celebrou a seleção da empresa para participar da Gulfood, em Dubai, considerada uma grande oportunidade para expandir os negócios. “O apoio do Sebrae e da Fibra foi fundamental em todas as etapas. Também integramos projetos da ApexBrasil e da CNA, e fomos selecionados para participar da Gulfood, em Dubai, o que será uma grande oportunidade”, acrescentou.
Por fim, o empresário ressaltou a relação de parceria com o Sebrae, que já dura cerca de três anos, na viabilização de ações e rodadas de negócios que seriam inacessíveis para uma empresa de pequeno porte como a Essências Brasil. “Nossa parceria com o Sebrae tem sido decisiva para que uma empresa pequena como a nossa consiga participar de ações e rodadas que, sozinhos, seriam inviáveis. Foi um ano muito positivo. Estamos felizes e gratos a toda a equipe que nos apoiou”, concluiu.

A programação do evento de encerramento seguiu com a entrega de uma premiação às empresas que se destacaram no programa. Na categoria Participação, o Prêmio de Reconhecimento foi concedido à empresa Essências Brazil. Já na categoria Maturidade Exportadora, a vencedora foi a Grossbrau. Por sua vez, na categoria Exportação no Mercado Internacional, o destaque ficou com a Labarr – Chocolate de Origem.
Rafael Jacques, gerente comercial da marca, ressaltou que a participação no Exporta DF foi extremamente produtiva. Segundo ele, a empresa já estava em processo de internacionalização, e o programa desempenhou um papel fundamental no fortalecimento de etapas essenciais, como embalagem, documentação e logística. Além disso, o programa ampliou o acesso a rodadas de negócios e abriu novas oportunidades para a empresa.
Parceira do Sebrae há nove anos, a La Barr recebeu suporte desde consultorias iniciais até a recente adaptação de suas embalagens, que se tornaram mais modernas e bilíngues. “Esse trabalho foi determinante para que a nossa marca conquistasse um prêmio internacional de design em Londres, reconhecendo as linhas intensa, ao leite e vegana da empresa”, declarou.
A realização do ciclo 2025 do programa contou, ainda, com o lançamento do Passaporte Exporta DF, uma metodologia que incorporou elementos de gamificação, premiando empresas com melhor desempenho em participação, maturidade exportadora e abertura de novos mercados.

