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Programa JEPP consolida cultura empreendedora na Escola Cresce, em Águas Claras, e mobiliza mais de 170 estudantes

Evento reuniu turmas do 1º ao 5º ano e mostrou como o empreendedorismo já faz parte da formação das crianças, com forte participação das famílias
Por Jamile Rodrigues | Clip Clap Comunicação
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A manhã de sábado, 29 de novembro, marcou mais um capítulo da trajetória empreendedora da Escola Cresce, em Águas Claras. Há sete anos consecutivos, a instituição promove a Feira do Programa Jovens Empreendedores Primeiros Passos (JEPP), consolidando uma cultura que já faz parte do calendário escolar e do cotidiano das crianças, dos professores e das famílias. Assim como nas edições anteriores, a feira deste ano uniu criatividade, autonomia e aprendizado prático, reunindo cerca de 170 estudantes do 1º ao 5º ano em bancas repletas de produtos idealizados e produzidos pelas próprias turmas.

A feira empreendedora é organizada pela unidade de ensino por meio de uma parceria com o Sebrae no Distrito Federal e resulta de um trabalho coletivo envolvendo professores e demais colaboradores. Para isso, a instituição de apoio aos pequenos negócios e fomento ao empreendedorismo atuou estrategicamente, capacitando os educadores para que se tornassem agentes multiplicadores, mediando conhecimentos e motivando os estudantes a aplicar na prática o que aprenderam em sala de aula.

O resultado de todo esse esforço pôde ser observado durante a realização do evento. Estudantes, com o apoio dos professores, desenvolveram habilidades empreendedoras, como criação de marca, pesquisa de mercado, gestão financeira, fabricação de produtos para venda, técnicas de atendimento ao cliente, entre outras.

Foto: Focus Produção de Imagem

A diretora da unidade escolar, Mayura Cordeiro, explica que o empreendedorismo não é um conceito novo no Cresce e sim uma prática diária. Para ela, tratar o empreendedorismo como parte da formação cidadã é fundamental para preparar os estudantes para a vida. “Sempre tivemos essa preocupação com o empreendedorismo. Entendemos que ele não se limita a abrir um comércio ou desbravar no sentido financeiro. Acreditamos que o empreendedorismo faz parte da vida. Se você não for empreendedor em todos os aspectos, enfrentará muitas dificuldades. Por isso, ensinamos às crianças esse conceito de forma ampla – não apenas ligado ao dinheiro, mas voltado à vida. Ser um bom aluno, querer aprender, querer ir além”, esclareceu.

A instituição atende crianças desde o Maternal I, com dois anos de idade, até o 5º ano. No próximo ano, passará a oferecer o 6º ano do Ensino Fundamental II, e, segundo Mayura, esse crescimento vem acompanhado da intenção de aprofundar ainda mais os conteúdos ligados ao empreendedorismo com as turmas que estão chegando.

Segundo a diretora, o envolvimento das famílias é fundamental para que o projeto avance. Ela comentou que muitos pais já reconhecem como a feira é apenas o desfecho de um processo muito mais amplo, trabalhado ao longo de todo o ano. “Os pais abraçam o projeto e reconhecem sua importância na vida dos filhos. Eles compreendem que a feira de produtos é apenas o resultado final de um processo que é desenvolvido durante todo o ano. Trabalhamos muito com os alunos a consciência da compra. Temos relatos de pais dizendo que foram ao shopping e a criança os impediu de comprar algo, dizendo: ‘Mãe, primeiro você pensa, depois compra.’ Isso é fruto do trabalho que desenvolvemos”, completou.

A coordenadora pedagógica, Laiany da Silva, que trabalhou pela primeira vez com o projeto neste ano, reforçou a importância de proporcionar experiências reais aos estudantes. Segundo ela, cada detalhe da feira foi pensado, planejado e conduzido pelas crianças, com apoio das professoras.

“Tudo que foi feito teve a mãozinha deles, a criatividade deles. Com isso, conseguimos trazer não só a prática, o lúdico, mas também trabalhar o empreendedorismo: como fazer, o que cobrar, quanto cobrar, de que forma vender, qual será o nome da loja… A gente monta uma loja de verdade. Foi muito legal”, contou.

A coordenadora reforçou que a rotina semanal contribuiu para amadurecer os projetos apresentados na feira. “Uma vez na semana, a gente tirava um momento para trabalhar o livro do JEPP. Dentro do planejamento, encaixávamos na quarta ou na sexta-feira esse momento. Iniciamos no começo do ano e viemos até hoje, que é a feira”, acrescentou.

Foto: Focus Produção de Imagem

Entre esses familiares está Karina Lira, mãe da aluna Lorena, do 2º ano. A turma trabalhou a temática dos temperos naturais e participou de diversas ações de venda ao longo do ano para acumular recursos destinados à feira final.

“A Lorena está na escola desde o maternal e participa do projeto de empreendedorismo desde o ano passado. Colocamos as crianças para vender justamente para que entendam que algo precisa ser produzido ou adquirido antes de gerar algum ganho. No caso da Lorena, isso ajudou muito a compreender que tudo tem um custo e exige esforço, afinal as coisas não acontecem do nada’’.

Após ouvir a mãe, a aluna Lorena Lira, de 7 anos, também compartilhou sua visão sobre a experiência. Ela contou que gostou muito de participar das vendas e que se sentiu importante ao ver as pessoas comprando os temperos preparados pela turma. ‘‘Eu gostei de vender porque todo mundo vinha olhar nossos temperos. A gente trabalhou muito para fazer tudo e eu aprendi que não dá para gastar o dinheiro na hora, tem que guardar para depois fazer outra coisa”, disse a aluna.

Foto: Focus Produção de Imagem

Já a professora Suelen Barros, responsável pelo 2º ano e que trabalhou pela primeira vez com o JEPP, explicou que a experiência também foi de aprendizado para ela.

“Foi uma novidade e uma experiência muito boa. Para mim, foi desafiador também, porque trabalhei com temperos naturais e acabei aprendendo junto com as crianças. Falo isso no sentido de entender onde usar cada tempero, o que cada um proporciona, porque alguns são misturas – mas tudo natural. Aprendemos juntos também sobre as mudas, como cuidar das plantinhas, o momento certo de plantar, de adubar, e como fazer esse cuidado no dia a dia”.

Ao longo da feira, a variedade de produtos chamou a atenção. Estudantes comercializaram desde brinquedos ecológicos, quadros pintados à mão, variados tipos de lanches, e temperos produzidos por diferentes turmas.

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