Estudantes e professores da unidade de Taguatinga Sul da Escola Cresce escreveram no último sábado, 4 de outubro, mais um capítulo de uma tradição de incentivo ao empreendedorismo entre os alunos com a realização da mais recente edição da Feira do Programa Jovens Empreendedores Primeiros Passos (JEPP) da unidade escolar. A feira, que ano após ano se consolida no calendário da instituição de ensino, recebeu apoio do Sebrae no Distrito Federal e contou com a participação de 250 estudantes do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental, proporcionando contato direto com conceitos do universo empreendedor.
A realização da feira é resultado de um esforço coletivo que envolveu professores e os demais colaboradores da unidade escolar desde o primeiro semestre do ano letivo de 2025. E foi dentro desse contexto que o Sebrae atuou de forma estratégica, capacitando os professores para que eles sejam agentes multiplicadores, mediando os conhecimentos e motivando os alunos a aplicar na prática o que aprenderam em sala. Com isso, os estudantes puderam desenvolver habilidades empreendedoras e desenvolver processos como a criação de marca, pesquisa de mercado, gestão financeira, fabricação de produtos para venda, conhecer e colocar em prática técnicas de atendimento ao cliente, entre outros aspectos.

A Feira JEPP na Escola Cresce de Taguatinga Sul resultou de um esforço colaborativo da equipe escolar e do Sebrae. A capacitação de professores pelo Sebrae foi fundamental para a mediação de conhecimentos e aplicação prática do empreendedorismo pelos alunos. Este trabalho conjunto preparou os estudantes para processos de criação de marca, gestão financeira e atendimento ao cliente, evidenciando o impacto da coordenação entre os envolvidos.
Além dos professores e alunos, os demais funcionários da unidade educacional também desempenharam um papel importante na realização da feira. Sua participação ativa permitiu um maior engajamento e envolvimento de toda a comunidade escolar no evento. Essa sinergia entre os diferentes atores educacionais – gestores, professores, funcionários e estudantes – garantiu que a feira se consolidasse como um importante momento de aprendizado e integração na instituição de ensino.
A atual coordenadora da unidade educacional, Edna de Alcântara Lima, assumiu o cargo recentemente, mas a tempo de acompanhar e sentir o impacto do programa na rotina dos mais de 200 estudantes. “Os alunos se envolveram muito, conseguiram pensar na marca, no tipo de trabalho que queriam desenvolver de acordo com as demandas propostas pelo programa. Foi gratificante ver cada uma deles se esforçando, desempenhando suas obrigações e estarem aqui, prontos para mostrar e vender seus produtos, aceitando pagamentos via Pix, tendo contato com dinheiro e aprendendo a dar troco e lidar com processos da criação de uma empresa”, explicou a coordenadora.
A estrutura da feira foi montada tanto nas salas de aula quanto no pátio da escola, permitindo que todos que passaram pelo local durante a realização pudessem conferir não apenas as habilidades empreendedoras sendo colocadas em prática pelos estudantes, mas também um universo particular, com altas doses de criatividade, descobertas e curiosidades culturais.
Em meio a essa atmosfera estavam a professora Márcia Motta e a turma do 4º ano com a loja Capivaras do Planalto. Juntos, eles desenvolveram produtos artesanais, como chaveiros utilizando miçangas e peças com MDF representando símbolos da icônica arquitetura de Brasília, como a Catedral, o Palácio da Alvorada e o Congresso Nacional. Além disso, os estudantes elaboraram e apresentam uma peça teatral sobre sustentabilidade.

Márcia destacou o engajamento dos pequenos estudantes, salientando que a educação empreendedora é essencial para o desenvolvimento, pois ajuda a trabalhar conceitos financeiros, matemáticos e de marketing de forma contextualizada e prática. “Eles ficaram super empolgados e realmente entenderam que o Programa JEPP terá um impacto grande na vida deles”, afirmou a docente.
“Percebi que cada estudante adquiriu uma consciência financeira muito grande, além de desenvolverem um rol amplo de outras habilidades que são essenciais para quem está determinado a ser um empreendedor. Foi extraordinário acompanhar toda essa trajetória e ver esse resultado e a empolgação de cada um”, acrescentou Márcia.

A escolha do nome Capivaras do Planalto foi fruto de uma decisão conjunta da turma do 4º ano, mas que contou o empenho e a capacidade de argumentação da estudante Sofia Campos, de apenas 9 anos.
Admiradora das capivaras, animal que têm se tornado um símbolo do Distrito Federal e do Cerrado, ela revelou ter utilizada a ‘lábia’ para convencer os colegas de classe a adotarem o animal como símbolo e uma espécie de mascote da loja. “Gosto muito das capivaras. Elas são importantes para a nossa região e o nosso país. E como tudo que estamos apresentando aqui hoje foi discutido em sala de aula, eu convenci meus colegas a usarem a capivara. Sabia que ela iria ajudar a atrair as pessoas. Também participei da criação e da pintura da nossa marca, o que foi uma das partes que mais gostei”, contou.

Moradora de Águas Claras e com o desejo de seguir carreira como militar, Sofia afirmou estar empolgada com os resultados do JEPP e que apesar do cansaço aproveitou a realização das atividades da metodologia imposta pelo programa para conhecer melhor como é a rotina de um empreendedor. “Foi muito legal e cansativo. Mas as descobertas que fizemos na sala de aula e todo esse trabalho foi muito bom”, complementou a pequena estudante.
A poucos metros da loja, o pai de Sofia, Rodrigo César, acompanhava atentamente os passos da filha durante a realização da feira. Ele relembrou que estudante sempre mostrou empolgação com as ações do programa e admitiu que, no dia a dia, pôde perceber o quanto a difusão de conhecimentos sobre empreendedorismo entre os estudantes desde a infância é fundamental.
“A Sofia sempre se envolve. É muito engajada em todas as questões da escola, gosta mesmo de liderar as ações. Mas essa experiência envolvendo o empreendedorismo está sendo extremamente válida para o aprendizado dela. Ela tem tido uma oportunidade ímpar de colocar em prática novos conhecimentos que contribuem muito para o crescimento dela”, analisou Rodrigo.

