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Globalmente reconhecida por sua arquitetura e importância política, Brasília também carrega em sua história uma latente vocação para o desenvolvimento industrial. A construção da capital, em meados do século passado, foi concebida como parte de um projeto maior de interiorização do desenvolvimento e integração nacional, buscando levar o progresso para o centro do país e estimular o crescimento econômico em outras regiões além do litoral. Tal movimento impulsionou a economia e estimulou a atividade industrial em diversas frentes, sob o plano de desenvolvimento de Juscelino Kubitschek.
Atualmente, o território brasiliense encontra na Indústria 4.0 um novo capítulo para essa trajetória, prometendo revolucionar seus processos produtivos e econômicos. Dentro desse cenário de constante busca por inovação, um estudo organizado pelo Sebrae no DF aponta que ainda há um significativo potencial a ser desvendado nos limites do território brasiliense e reforça a vocação para a modernização industrial.
O levantamento aponta três frentes de negócios com alto potencial para dinamizar a economia local e fortalecer o ecossistema industrial: a abertura de espaço que une design e tecnologia a fim de facilitar a fabricação de casas, a oferta de serviços de produção e prototipagem rápida de peças sob demanda e impressão 3D, além da produção e comercialização de bebidas inovadoras prontas para consumo.
De acordo com o documento do Sebrae, a criação de um espaço de design e tecnologia voltado à fabricação de casas atende diretamente às demandas geradas pelo alto índice de urbanização e constante crescimento populacional da capital federal. Esse cenário promissor impulsiona a aplicação de tecnologias avançadas no setor da construção civil. Para isso, o empreendimento aproveita processos como impressão 3D, sistemas modulares e design paramétrico – uma metodologia de projeto que utiliza parâmetros e regras para definir e controlar as características de um design, gerando variações e otimizações. Tal abordagem visa atender construtoras, escritórios de arquitetura e clientes finais.
O funcionamento do espaço é capaz de reduzir prazos e custos de obra, oferecer habitações personalizadas e incorporar práticas de baixo impacto ambiental. Além da fabricação de módulos construtivos, o negócio pode oferecer consultoria em sustentabilidade, apoio técnico contínuo e parcerias com instituições de ensino e pesquisa, alinhando-se à agenda ESG e aos incentivos locais à inovação.
A oferta de serviços de produção e prototipagem rápida de peças sob demanda, incluindo impressão 3D, responde à alta demanda por componentes customizados em setores como saúde, educação, moda e design. Utilizando tecnologia de ponta, o empreendimento é capaz de reduzir prazos de entrega – aspecto essencial, visto que as expectativas dos consumidores quanto à rapidez aumentaram significativamente – e oferecer soluções sob medida para projetos diversos, desde protótipos para *startups* até itens para grandes indústrias. Além da produção, o espaço pode funcionar como um epicentro para a capacitação profissional, com *workshops*, cursos e consultorias.
O compromisso com a sustentabilidade é, ainda, um diferencial, com foco em materiais recicláveis e práticas ambientalmente responsáveis. Além disso, o negócio estimulará a economia local por meio da colaboração com artesãos, designers, arquitetos e engenheiros.
Por fim, a criação de um empreendimento para o preparo de bebidas pronta para consumo é uma alternativa que surge para atender à crescente demanda por bebidas diferenciadas e de fácil consumo. Combinando qualidade artesanal, sofisticação e praticidade, a fábrica pode criar coquetéis exclusivos, elaborados com ingredientes naturais e apresentados em embalagens sustentáveis, garantindo uma experiência de alto padrão que une sabor, conveniência e estilo em uma única garrafa.
O portfólio contemplaria desde opções clássicas, como Moscow Mule, Gin Tônica, Spritz e Mojito, até receitas autorais que exploram sabores regionais do Cerrado. Uma linha de mocktails (bebidas não alcoólicas) também pode ser oferecida, visando alcançar um público que busca alternativas sofisticadas e refinadas.
Além do atendimento direto aos consumidores, o estudo do Sebrae sugere a busca por parcerias estratégicas com bares, restaurantes e organizadores de eventos. A proposta cita, ainda, a importância de exaltar a sustentabilidade do empreendimento, tanto nos processos de produção quanto nas embalagens, com uso de garrafas de vidro recicláveis e latas de alumínio e menciona que a valorização de insumos do Cerrado não só diferenciaria os produtos, mas também fortaleceria os laços com fornecedores locais e impulsionaria a economia circular e a rede de negócios sustentáveis na região.
Foi dentro desse universo de produção de bebidas prontas e de qualidade que a Sucopira, empreendimento fundado por Marcelo de Ângelo, construiu uma trajetória que já soma mais de 10 anos de sucesso na cena empresarial do DF. A ideia de negócio surgiu anos atrás, enquanto Marcelo se dedicava e amadurecer um outro empreendimento: um buffet. Ele começou a produzir sucos de sabores variados para servir nas festas e eventos que era contratado. “Os clientes elogiavam a prestação do serviço, a comida. Mas sempre me davam feedback muito positivo sobre o suco. Sempre me diziam: o suco é muito bom, viu”, conta Marcelo.
O empresário não demorou a agir e logo decidiu dedicar esforços para a fabricação de sucos. Em meio a isso, Marcelo intensificou sua relação com o Sebrae no DF, participando de capacitações e acessando soluções. Foi, inclusive, acompanhado por Agentes Locais de Inovação e conseguiu aprofundar conhecimentos e compreender a importância de pesquisas de mercado. Para ele, estudar e planejar são pilares fundamentais para o desenvolvimento e a validação de qualquer decisão que ele e seu sócio tenham que tomar para decidir o futuro da Sucopira.
Atualmente, a marca possui mais de 40 produtos, distribuídos em sucos, xaropes de fruta e kombuchas. A operação conta com uma distribuição impressionante, alcançando 267 pontos de venda no DF e movimentando 40 mil litros de bebidas por mês. Marcelo, no entanto, mantém os pés no chão. “Somos apenas é uma gotinha do oceano”, observa.
A partir de sua experiência, Marcelo acredita que aqueles que almejam ingressar no promissor mercado de fabricação de bebidas devem compreender a escalabilidade e o nicho do negócio. Além disso, ele ressalta a importância de explorar a diversidade de produtos, que vai além das bebidas alcoólicas e abrange xaropes, preparações, aromas e bebidas não alcoólicas, é outro ponto decisivo para capturar diferentes segmentos de mercado.
O empresário também alerta para a necessidade de não subestimar os aspectos técnicos e legais, como finanças e tributação, áreas frequentemente negligenciadas por novos empreendedores. A busca por conhecimento e consultoria nessas esferas é vital para garantir a viabilidade e a legalidade dos produtos, com destaque para a validação tributária antes do desenvolvimento final. Observar o mercado e aprender com a concorrência em feiras e eventos, além de um planejamento de crescimento maduro com um roteiro claro, são estratégias essenciais.
Embora tenha iniciado conversas para uma possível expansão de atividades fora do DF, Marcelo optou por manter, momentaneamente, o crescimento da Sucopira no mercado local. “Há muito mercado aqui. Nosso planejamento estratégico para o próximo ano prevê a possibilidade de alcançar novos mercados e até mesmo exportar. Mas vamos dar um passo de cada vez, buscando crescer ainda mais no DF, buscando maturidade para atrair investidores e realizar vendas para outros mercados de forma sólida”, conclui ele.
Serviço – Sucopira
Instagram: @sucopira
Contato: 61 9 9557-0970
Site: www.sucopira.com
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