A busca por terapias mais eficazes, acessíveis e menos invasivas é um dos grandes desafios da medicina moderna. Nesse cenário, a Metala Nanofluidos, startup brasiliense liderada por Melissa Silva Monteiro, 52 anos, surge com a proposta de transformar o futuro do tratamento oncológico por meio da nanotecnologia.
Criada em 2022, a empresa combina ciência de ponta e inovação tecnológica para desenvolver soluções disruptivas que melhorem a qualidade de vida de pacientes em todo o país. Essa atuação concedeu à Melissa o destaque na etapa distrital do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, na categoria Ciência e Tecnologia, feito que enaltece tanto sua perspectiva inovadora quanto sua jornada de transformação e crescimento na carreira.
Formada em Biologia, Melissa iniciou a carreira como professora do ensino básico, mas nunca abandonou o desejo de retornar à pesquisa. Foi no curso de Engenharia Biomédica da Universidade de Brasília (UnB) que encontrou a oportunidade de retomar esse caminho, quando conheceu a professora Suélia Rodrigues, que a convidou para integrar um projeto de ablação por radiofrequência para o tratamento de tumores.

A decisão de mudar de rota exigiu coragem. Aos 42 anos, Melissa abriu mão de estabilidade financeira, enfrentou críticas e preconceitos, mas encontrou apoio na família. “Eu já tinha uma carreira consolidada, mas não estava feliz. Precisava voltar à ciência, aos momentos de pesquisa. Foi difícil, mas foi a escolha certa”, relembra.
No doutorado, Melissa iniciou pesquisas com nanomateriais à base de grafeno e nanopartículas de ouro. Os resultados foram animadores. Em testes pré-clínicos, a tecnologia reduziu pela metade o tempo de tratamento e apresentou taxas de remissão tumoral significativas, reforçando que ali havia algum tipo de potencial transformador.
Esses avanços deram, anos depois, origem à Metala Nanofluidos, que reúne uma equipe multidisciplinar formada por engenheiros, físicos, químicos, biomédicos, médicos e especialistas em software e design. O principal produto em desenvolvimento, o NANOTHERM, potencializa a radiofrequência tradicional com o uso de nanotecnologia, oferecendo mais segurança, eficiência e aplicabilidade em diferentes contextos clínicos.
“Estamos falando de uma tecnologia disruptiva, capaz de ampliar as opções terapêuticas e abrir novas possibilidades para o tratamento do câncer, com impacto direto na qualidade de vida dos pacientes”, afirma Melissa.

Desde a fundação, a Metala já atraiu investimentos públicos e privados relevantes, superando R$ 2 milhões em recursos captados junto a programas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP/DF), da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
A startup também participa de iniciativas de inovação de destaque, como a Biominas Brasil e o Conecta, do MCTI, além de estabelecer parcerias estratégicas com hospitais de referência, como o Hospital Albert Einstein, em São Paulo, e o Hospital Dona Helena, em Joinville, e com instituições científicas como a UnB, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM).
Atualmente, Melissa lidera uma equipe de 20 bolsistas e projeta iniciar ensaios clínicos regulatórios a partir de 2027. “A ciência não pode ficar apenas na bancada. É preciso levá-la para o mundo real, transformar pesquisa em solução concreta para pacientes”, destaca.

Para ela, o caminho não foi simples. Recomeçar depois dos 40 anos em um ambiente dominado por jovens e por homens trouxe obstáculos adicionais. Melissa relata situações de descrédito e até de preconceito, mas nunca deixou que isso a afastasse do propósito. “Muitos disseram que eu tinha enlouquecido, que não ia dar certo. Eu não me deixei abalar. O que me moveu sempre foi o impacto que poderia gerar”, conta.
Hoje, além de dirigir a Metala, ela continua lecionando na rede pública do DF e busca inspirar outras mulheres a se arriscarem na inovação científica. “Se for preciso estudar o dobro ou trabalhar o triplo, eu faço. O que importa é estar no caminho certo e transformar vidas”, afirma.
Embora não tivesse uma relação prévia com o Sebrae no Distrito Federal, Melissa e sua equipe vinham se inscrevendo em diferentes editais e premiações quando encontraram o Prêmio Sebrae Mulher de Negócios. A experiência a deixou impressionada com a atuação da instituição no apoio ao empreendedorismo feminino e à inovação. “Eu cheguei ao prêmio já com toda a documentação organizada. Agora quero me aproximar ainda mais do Sebrae e fortalecer essa parceria, porque vejo que pode ser um aliado estratégico para o crescimento da Metala”, acrescenta.
O futuro da startup
Com raízes na UnB e sede em Brasília, a Metala Nanofluidos busca se consolidar como referência em inovação oncológica no Brasil. A startup pretende ampliar parcerias, avançar em ensaios clínicos e expandir a aplicação de sua tecnologia, sempre com foco em oferecer soluções disruptivas, acessíveis e transformadoras para os desafios da medicina moderna.
“Estamos no caminho para mostrar como a ciência brasileira pode impactar o futuro da saúde global”, conclui Melissa.
Serviço – Metala Nanofluidos
Contato: 61 98130-0249
Site: www.metalanano.com
Redes Sociais: @metala.nanofluidos
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