ASN DF Atualização
Compartilhe

Escola Classe 22, em Ceilândia, promove primeira Feira do Programa JEPP

Iniciativa foi apoiada pelo Sebrae e mobilizou a comunidade escolar
Por José Maciel | Clip Clap Comunicação
ASN DF Atualização
Compartilhe

Um ambiente vibrante tomou conta do pátio da Escola Classe 22, localizada na EQNN 6/8, em Ceilândia Sul, no sábado, 9 de novembro. O espaço, habituado a ser palco de brincadeiras durante o recreio e de atividades pedagógicas para os mais de 300 estudantes da unidade de educação, foi também o cenário para a realização da primeira Feira do Programa Jovens Empreendedores Primeiros Passos (JEPP). A iniciativa mobilizou toda a comunidade escolar, sobretudo os alunos matriculados do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental a cultivar uma mentalidade e comportamentos empreendedores.

Uma parceria firmada entre o Sebrae no Distrito Federal e a Secretaria de Estado de Educação do DF foi o vetor que viabilizou a implementação do programa na unidade educacional da mais populosa região administrativa do Distrito Federal. Com isso, o Sebrae passou a atuar, no início do ano, capacitando os professores para que se tornarem multiplicadores de conhecimento e incentivassem os alunos a aplicar, na prática, os conceitos sobre empreendedorismo que aprenderam em sala.

Foto: Focus Produção de Imagem

As competências abordadas incluem a elaboração de um pequeno negócio e as etapas necessárias para sua implementação, todas alinhadas à temática do livro do JEPP, que abrange, entre outros aspectos, pesquisa de mercado, gestão financeira, fabricação de produtos para venda e técnicas de atendimento ao cliente.

A supervisora pedagógica da escola, Márcia da Silva Barbosa, comemorou a realização da feira e revelou que os dias letivos dentro da instituição está sendo transformados, bem como a realidade dos estudantes fora do ambiente escolar. “A educação é sempre associada à capacidade de transformação e é isso que nos motiva dia após dia. Com o JEPP a gente quis apresentar uma nova perspectiva: despertar o desejo de empreender em nossos alunos. E tudo ocorreu de uma forma tão natural, com empenho das turmas, dos professores e dos pais. Todos abraçaram a ideia, sem resistência, e as mudanças começaram a ser perceptíveis nos corredores da escola e também fora das nossas instalações”, pontuou Márcia.

A Escola Classe 22 atende um total de 318 alunos do 1º ao 5º ano, além de oferecer educação infantil. A instituição também inclui turmas de Educação Especial, uma modalidade de ensino assegurada pela Secretaria de Estado de Educação para atender estudantes com Deficiências, Transtorno do Espectro Autista (TEA), Altas Habilidades/Superdotação (AH/SD), além de bebês e crianças de 0 a 4 anos por meio do Programa de Educação Precoce.

“A nossa proposta de trabalho foi pensada para incluir todos os nosso pequenos. Conseguimos integrar o 3º ano e as classes especiais com os projetos da educação infantil, usando brinquedos pedagógicos. Todos os grupos interagiram, o que foi um grande passo para a inclusão. Não queríamos deixar ninguém de fora”, acrescentou a supervisora da escola.

Foto: Focus Produção de Imagem

A diretora da unidade de ensino, Ângela Maria dos Anjos, também comemorou a realização da feira, avaliando o JEPP como um programa enriquecedor, no qual os estudantes aprenderam não apenas a mas também a ter a noção de compra e venda” para melhor clareza e fluência. “Os alunos sairão da escola levando valiosas lições para a vida. Eles estão apenas começando sua jornada, mas já demonstram habilidades valiosas que as acompanharão ao longo da vida”, assegurou ela.

A dirigente contou, ainda, que guardará no coração um momento marcante que exemplifica o impacto do JEPP na vida dos pequenos estudantes/empreendedores. Durante um intervalo, uma aluna do quinto ano estava vendendo doces. Ao ser questionada se estava autorizada a vender, respondeu com confiança: “Tia, eu sou empreendedora, a senhora quer comprar?”. A diretora, encantada com o comportamento da aluna, respondeu positivamente.

“Fiquei tão feliz no dia. Percebi que o aprendizado já está sendo colocado em prática na escola e fiquei refletindo, pensando nas posições que essa aluna e os demais poderão ocupar no futuro. São enormes as chances de encontrá-los e vê-los como grandes e bem-sucedidos empresários”, afirmou.

A professora Kelly Menezes chegou à Escola Classe 22 apenas no mês de julho e encontrou o programa já sendo desenvolvido com os estudantes. Mais do que pressa, ela se juntou a outros educadores e continuou a desenvolver as atividades, ficando impressionada com a empolgação dos alunos. “Os alunos se envolveram muito e ficaram animados em saber que iriam produzir algo e ter a possibilidade de participar de uma feira aberta ao público e vender um produto que eles mesmo criaram. Eles começaram a expressar a criatividade e muitos chegaram a me dizer que não sabiam que tinham capacidade de fazer algo tão bonito. Foi possível ver o brilho nos olhos deles”, revelou a educadora, que esteve à frente de turmas do 4º Ano durante o ano.

Kelly assegurou, ainda, ter certeza de que a implementação do JEPP deixará um legado duradouro na Escola Classe 22, beneficiando não apenas os alunos atuais, mas também as futuras gerações que passarão pela unidade de ensino.

O comportamento da estudante Enny Louisie de Sousa foi um dos que impressionaram a educadora. Ela contou que viveu momentos inesquecíveis durante a pintura das telas produzidas para serem comercializadas na feira e ressaltou a capacidade de criar obras inéditas. “Eu pintei dois quadros e ainda fiz um chaveiro. Fiquei toda suja de tinta e a minha mãe ficou brava. Mas logo ela compreendeu que era para uma boa finalidade”, comentou a estudante.

A empolgação de Enny era evidente, e ela abordou o público que passou pela escola compartilhando detalhes sobre sua produção. Com o sonho de ser veterinária, a estudante acredita que as habilidades que aprendeu com a aplicação do JEPP a ajudarão em sua jornada. “Quero ter minha própria clínica e cuidar de muitos animais”, acrescentou.

Letícia Alessandra, mãe de Nicolas Silva, do 2º Ano, reconheceu a importância da feira empreendedora realizada pela Escola Classe 22. Ela revelou que a participação do filho na iniciativa foi significativa e teve impacto até mesmo em sua visão de futuro. “Ele já fala que não quer ser CLT, mas sim um empreendedor. Está se interessando por vender os produtos que produzimos em casa”, disse.

O garoto, de apenas de 7 anos de idade, ajuda na cozinha e fica curioso para aprender sobre os temperos que são usados no preparo de alimentos. “Temos até uma hortinha em casa, onde plantamos cebolinha e girassol”, completou a mãe.

Nicolas, um pouco tímido, confirmou seus sonhos de empreendedorismo. “Eu quero vender plantas”, disse ele. Ao ser questionado sobre sua participação na venda dos temperos, o pequeno revelou que, embora tenha enfrentado desafios, conseguiu se envolver plenamente. “Primeiro não deu certo, mas depois funcionou. A gente fez algumas tentativas, e meus colegas ajudaram muito”, completou o estudante.

-

  • Educação Empreendedora
  • JEPP
  • Sebrae no DF;