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O Sebrae no Distrito Federal encerrou na última sexta-feira, 30 de maio, as atividades da Semana do Microempreendedor Individual (MEI) 2025, deixando um rastro positivo de apoio e fomento ao empreendedorismo na capital federal. O evento chegou à sua 16ª edição, angariando esforços para capacitar, orientar e facilitar o dia a dia de pequenos empreendedores dos mais distintos perfis. Toda a mobilização foi fundamental para que o Sebrae no DF alcançasse a marca impressionante de 6,3 mil atendimentos realizados e um total de 58 capacitações promovidas.
A programação disponível aos pequenos empreendedores foi diversa e totalmente gratuita. Um ponto central dessa mobilização foi a estrutura estrategicamente posicionada no estacionamento da plataforma superior da Rodoviária do Plano Piloto. No local, o público teve acesso a um leque de serviços, desde a emissão de boletos e certidões negativas de débitos até orientações práticas para a emissão de notas fiscais, tudo foi pensado para desburocratizar a vida do MEI. Houve, também, apoio para a renegociação de dívidas com a Dívida Ativa, facilitado pelo Regularize/PGFN, além de informações detalhadas sobre o portfólio de consultorias especializadas do Sebrae no DF.
A escolha da Rodoviária do Plano Piloto para sediar uma das estruturas do evento foi considerada estratégica por Gabriella Marinho, gerente da Unidade de Atendimento Personalizado do Sebrae no DF. Segundo ela, a Rodoviária é um ponto de passagem diária de milhares de pessoas, fator que garante um público diverso e expressivo, fundamental para fortalecer a atuação do Sebrae e mostrar seu papel no apoio aos empreendedores. “Aqui tivemos a oportunidade de realizar o fortalecimento da marca do Sebrae e mostrar qual é o nosso papel. Foi possível orientar os empresários que, além desta tenda aqui na Rodoviária, também temos outros 33 pontos de atendimento distribuídos nas regiões administrativas, que servem para dar continuidade ao trabalho junto a esses empreendedores”, ressaltou Gabriella.
Moradora de Samambaia, Zilda Maria Rosa, 58 anos, buscou atendimento na Semana do MEI com o objetivo de regularizar a situação de sua pequena empresa. Ela revelou estar com tributos em atraso e devido a isso teme perder benefícios previdenciários como auxílio-doença, salário-maternidade, bem como aposentadoria por idade e invalidez.
Zilda deixou o espaço montado na rodoviário com um sentimento de alívio. “Dei um primeiro e importante passo. O atendimento e a atenção que recebi foram ótimos e vão me ajudar a resolver o quanto antes a minha situação”, disse ela.
O tatuador Kauê Pires, morador do Guará, foi outro empreendedor a buscar atendimento na estrutura montada pelo Sebrae no estacionamento da plataforma superior da Rodoviária do Plano Piloto durante a Semana do MEI. Ele passava pelo local para resolver outras questões pessoais e, por curiosidade, decidiu se informar sobre quais serviços estavam sendo oferecidos.
Aos 31 anos, ele sonha em expandir sua atuação e vislumbra abrir um estúdio no Plano Piloto. Pra dar este importante passo em sua trajetória, Kauê aproveitou a oportunidade para saber mais sobre acesso a crédito. “O atendimento foi muito bom. Vi todos os requisitos que preciso para ter acesso pelo Prospera – um programa coordenado pela Subsecretaria de Microcrédito e Economia Solidária para a concessão de empréstimos produtivos e orientados para micro e pequenas empresa – e saio com uma confiança de que posso conseguir esse apoio para expandir minha operação”, afirmou.
Francisco Coelho, de 40 anos, também procurou o espaço do Sebrae para sanar dúvidas. Ele empreende há cerca de nove meses e buscou atendimento motivado por uma enxurrada de e-mails que tem recebido informando que ele tem dívida com o Fisco Nacional. Preocupado com as mensagens, Francisco logo foi atendido pela equipe do Sebrae que verificou que a situação deve estava regular. “Felizmente não tinha nada de errado. Fui informado sobre tentativas de golpes e saio daqui mais aliviado e também mais atento com as informações que o MEI necessita”, contou.
O apoio aos pequenos empreendedores não ficou limitado ao Plano Piloto. O Sebrae também estendeu sua atuação às regiões administrativas do DF, por meio das Salas do Empreendedor. Os espaços ofereceram programação focada em gestão de pequenos negócios, com palestras, oficinas e workshops sobre temas como precificação, compras governamentais, comportamento empreendedor, educação financeira, empreendedorismo na aposentadoria, controles financeiros, acesso a crédito, storytelling, redes sociais e comunicação.
Empreenda Mulher
A estrutura na Rodoviária também contou com um espaço dedicado às empreendedoras participantes do Projeto Empreenda Mulher. A iniciativa é fruto de uma parceria firmada entre o Sebrae no DF, a Casa da Mulher Brasileira (CMB) e a Secretaria de Estado da Mulher do DF, com o objetivo de oferecer capacitação em empreendedorismo para mulheres em situação de vulnerabilidade, promovendo empoderamento e, sobretudo, protagonismo feminino.
Em meio aos produtos, era possível notar uma parcela da cultura de Gana, país da África Ocidental. Isso porque Dora Awuku e sua mãe, Rebeca Aboagye estavam entre as empreendedoras presentes. As duas fixaram residência na região de Arniqueira e trabalham no Núcleo Bandeirante criando roupas e sandálias inspiradas na cultura do país africana. As produções se destacam pelas cores vibrantes e pelo uso de materiais típicos de Gana, como pedras e conchas do mar. “O Brasil é um país muito bonito e com um povo muito receptivo. Há similaridades com a cultura do nosso país, como a paixão pelas cores e isso atraiu quem passava por aqui. Tudo o que trouxemos foi muito elogiado. Conseguimos mostrar o nosso trabalho para muita gente”, pontuou Dora.
Raquel Aparecida foi outra mulher a aproveitar a estrutura para mostrar o seu trabalho. Ela começou a participar do projeto no ano passado e conseguiu dar uma guinada em sua vida. Antes, Raquel vendia doces em semáforos de diversas localidades da capital federal para alimentar os filhos.
Mãe de cinco crianças, ela começou a produzir bolos no pote e não só abriu sua mente para novas possibilidades, mas também se capacitou e passou a conciliar suas responsabilidades familiares com o desenvolvimento de sua ideia de negócio. “A sensação de estar aqui é uma das melhores que já senti. É maravilhosa. Saí dos semáforos, lutei para dar comida aos meus filhos e hoje tenho a chance de estar trabalhando em casa e apresentando meus bolos em um dos lugares que eu vendia balinha”, comentou Raquel.
Direito Delas
A estrutura na Rodoviária também abrigou o programa Direito Delas, da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus/DF), iniciativa que se consolidou no acolhimento a vítimas de violência no Distrito Federal.
Todos os serviços do Direito Delas são gratuitos. Podem ser beneficiadas mulheres, pessoas idosas, crianças e adolescentes, vítimas de violência doméstica, familiar e crimes violentos. Também podem receber o atendimento familiares das vítimas diretas – cônjuges ou companheiros, ascendentes e descendentes de primeiro grau e parentes colaterais de segundo grau, desde que não sejam os autores da violência.
Os atendimentos são ofertados por uma equipe técnica multiprofissional, composta por assistentes sociais, psicólogos, especialistas em direito e legislação e profissionais da área administrativa.
O programa pode ser acionado diretamente pelos núcleos de atendimento ou por meio de encaminhamento de órgãos governamentais competentes. Em ambos os casos, ocorre um acolhimento inicial e, caso seja verificado que a pessoa se enquadra nos critérios do programa, são agendados seis encontros nas semanas seguintes. Após esse período, o participante é inserido em grupos de apoio semanais, promovendo um acompanhamento contínuo e estruturado.
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